quarta-feira, 7 de setembro de 2011

JULGAMENTOS

      As boas ou más opiniões que se emite sobre alguém, na realidade é o que quem opina é, foi ou será.     
     Não me ocupo em opinar, julgar ou me meter na vida dos outros. Para administrar minha vida ou a minha loucura já tenho muito trabalho.
     Quando se aponta para alguém com o dedo indicador, tem-se três dedos da mesma mão voltados para si mesmo. Quando a referência é feita discretamente, aproximando a mão ao tórax e a indicação é feita com o polegar, aí temos quatro dedos voltados para o acusador.
     Ao se atribuir defeitos aos outros, as vezes transfere-se o que se é, no todo ou em parte.
     A inveja é um sentimento que atua como arma de destruição. O invejoso, oculta no lugar mais recôndito de seu ser, todos os seus defeitos morais, existenciais e materiais. Ou ainda, aquilo que ele realmente é, que lhe causa vergonha ou seria censurado, criticado pelos que o circundam. Uma vez que ele sabe que não será aceito no meio que almeja, adapta-se no que é possível com ares de importância.
     A propósito, desde quando um idiota pode julgar, sentenciar, pensar, supor, avaliar, emitir opinião, formular um juízo de valor, reputar, considerar, ter-se por, considerar-se, decidir, apreciar, alegar por hipótese, conjeturar, presumir, ter-se na conta, vangloriar-se, jactar-se como sendo senhor(a) do bem e do mal ?
     A pobreza de espírito desse tipo de pessoa, (pessoa ?) é só aparente. São ricos em maldade, falsidade, mediocridade, esterilidade, perversidade, sadismo, canalhismo, perversão, inconveniência, maucaratismo.
     Quem delegou a tal pessoa, poderes para julgar alguém ? Por quem são julgados ?
     Não, eles não acham que tenham feito nada de mal, quando atiram sobre outros as suas frustrações e taras. Sim, frustrações e taras, sim.
     Se uma mulher ou um homem, casada(o), solteira(o), viúva(o), juntada(o), amancebada(o), trai o companheiro(a), não é da conta de ninguém, é um assunto que só diz respeito ao casal. Se alguém está se relacionando com alguém e um outro alguém se intromete, é porque algum interesse tem. O que tanto incomoda ao julgador(a) ? Por que não está comendo ou porque não está dando também ? Lembrar que relacionamento não implica necessariamente em sexo, a concepção freudiana já foi    amplamente provada que é furada.
     Para julgar qualquer pessoa por um crime que afeta a comunidade (infringe a lei), o Estado credencia juízes capacitados para tal fim.
     Para julgar aos outros, os mexeriqueiros são autorizados pela própria demência, ou pela medida e do que conhece de sí e do que não sabem. Todo alucinado se tem na mais alta conta e se acha um gênio da espécie (vejam os exemplos da história e os da atualidade).
     E os mexeriqueiros são julgados por quem ? Pelos seus pares (porque nunca estão sozinhos nessa atividade), por sí mesmos (o que acentua sua amargura, suas frustrações, seus desequilíbrio emocional em se sabendo que é anormal), e pela natureza (vida) punindo os filhos pelos erros dos pais.
     Mesmo assistindo, vendo sem enxergar, os exemplos de punição estes pobres coitados, alienados, doentes emocionais, não se consertam. Muito, muito tarde, somente alguns, percebem onde erraram e procuram consertar-se, para outros é tarde demais para se corrigirem ou reparar os estragos que provocaram em sí mesmos e nos seus semelhantes. Outros percebem onde, contra quem e como erraram, porém insistem e permanecem no erro, porque se condenam e se punem pelo próprio julgamento. Outros ainda, querem ser perdoados, pedem perdão, desculpas, rogam por piedade. Não, não podem nem devem ser perdoados, no mínimo devem ser lançados ao ostracismo e ao desprezo, porque se tiverem oportunidade fariam tudo outra vez. Mais vale a sabedoria dos ancestrais: "Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, assim tenha cipó e tempo."
     Não acredite no arrependimento da cobra, que ainda tem as presas e a peçonha.